Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no seu artigo 4º:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).
A legislação define que a família tem o dever educacional da criança e não delegar apenas à escola a função de educar.
O artigo 205 da Constituição Federal afirma:
A educação direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
A família não é um simples fenômeno natural, mas sim uma instituição social que vem se moldando através dos tempos.
Ela tem como papel fundamental a formação cultural e social de um indivíduo.
A frase “A família é a base da sociedade” é quase piegas, mas nos leva a pensar nas responsabilidades econômicas, culturais e políticas dessa instituição.
Porém, com as constantes transformações que a estrutura familiar vem sofrendo, há influências diretas e indiretas na dinâmica sociocultural do indivíduo.
Entre essas transformações, podemos citar, por exemplo, o antigo padrão familiar patriarcal que dá lugar a uma nova composição familiar, o aumento da expectativa de vida, a diminuição do índice de natalidade e o aumento de mulheres dominando o Mercado de Trabalho.
As mudanças são sempre bem-vindas, desde que sejam para acrescentar algo ou fortalecer uma sociedade.
A família passa por diversas transformações, mas sempre mantém um vínculo afetivo, o qual é essencial à vida escolar positiva da criança.
Dessa forma, a participação da família na vida escolar daquele que está na função de filho torna-se indispensável.
As crianças percebem se os seus responsáveis estão acompanhando o que acontece na sua escola e se estão verificando seu rendimento escolar.
Infelizmente, existem alguns responsáveis que não demonstram interesse em conhecer o meio escolar que a criança vive ou, até mesmo, deixam de acompanhar a rotina escolar.
Crianças com pais ou responsáveis relapsos possuem rendimento inferior ao das crianças com pais ou responsáveis interessados por sua rotina escolar.
Estas se sentem mais seguras e apresentam uma melhor execução em suas atividades.
A vida familiar e a vida escolar percorrem caminhos sincrônicos e fica cada vez mais indispensável o fortalecimento dessa relação à formação social e funcional da criança.
No mundo conturbado em que vivemos, é desafiador criar os filhos, educá-los e prepará-los para agir com compromisso.
Não se pode negligenciar o fato de que a família e a escola são pontos de apoio e de formação na vida de um cidadão.
O trabalho em conjunto produz resultados significativamente positivos, isso é fato.
Em momento algum a escola deve se apropriar da função da família na vida do aluno.
É fundamental que pais, professores e alunos compreendam e trabalhem de forma conjunta as questões do cotidiano escolar.
Isso, certamente, não é uma tarefa fácil, mas é compensadora para qualquer instituição que pensa contribuir para uma sociedade mais humana.
Créditos: Kátia Bellotti.
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